Na Escola Ipê Amarelo, temos a oportunidade de vivenciar a construção contínua e diária de uma comunidade de aprendizado, tanto para as crianças matriculadas na escola, quanto para suas famílias, professores e demais colaboradores.
A vivência associativa é, em si mesma, uma vivência de autoeducação. No nosso modelo trimembrado, segundo a Antroposofia de Rudolf Steiner, as famílias dão vida ao Querer (movimento, ação, construção), os professores e auxiliares pedagógicos animam o Sentir (ritmos, rotinas, equilíbrio) e a diretoria associativa e os demais funcionários dá forma ao Pensar (estrutura, organização, estabilidade).
No centro da nossa comunidade, como propósito vivo e integrador dessas três instâncias, estão as nossas crianças, nos ensinando, a cada dia, como acompanhar e apoiar seu desenvolvimento, seu aprendizado e sua formação como seres humanos autônomos, emocionalmente livres e socialmente responsáveis.
De dois em dois anos, a composição da Diretoria da Associação Pedagógica Ipê Amarelo é renovada, com a eleição de novos representantes, dentre os associados, por meio do processo sociocrático. Neste ano, entre os meses de outubro e novembro, teremos a eleição para a renovação da Diretoria para o exercício 2023-2025.
A atuação dos representantes na diretoria é voluntária e, mesmo com os naturais desafios vivenciados na gestão de uma escola associativa, é um trabalho leve e gratificante, pois conta com a força e a confiança da comunidade. Deixamos nosso convite para que todos ouçam em seu interior o impulso para participar deste processo.
Assim que a data da Assembleia de Eleição for definida, divulgaremos o convite para a participação de toda a comunidade.
Processo Sociocrático
Em nossa vivência republicana, estamos acostumados com a eleição de representantes por meio da democracia. Neste modelo, aqueles que querem representar a comunidade se candidatam ao cargo aberto e, pela decisão da maioria, registrada por votos individuais secretos, o candidato que recebeu mais votos é eleito e toma a posse do cargo.
Na APIA, assim como na grande maioria das Escolas Waldorf por todo o mundo, adotamos uma forma diferente para formarmos a composição da nossa Diretoria: o Processo Sociocrático.
Neste modelo, nos reunimos em Assembleia (reunião aberta à participação de todos os associados) e cada pessoa comunica abertamente à comunidade, para cada cargo, o nome de quem ela acredita que poderia fazer um bom trabalho, apresentando seus argumentos.
Durante o processo, enquanto as pessoas expressam suas opiniões, os nomes mais pronunciados vão ganhando expressão e a imagem da nova composição vai se formando. Ao final da exposição individual de todas as intenções, as possíveis composições são apresentadas e, por meio de diálogo, a Assembleia se direciona para uma consolidação.
É importante que o haja o consenso de todos, inclusive dos representantes elencados para a nova Diretoria. Caso qualquer pessoa não se sinta à vontade com alguma decisão ou direcionamento, ela pode e deve se manifestar e seu sentimento será ouvido, considerado e discutido pelo grupo, até que todo desconforto seja extinto. Somente assim, as determinações seguem adiante.
Assim, no processo sociocrático, não há, como na democracia, a vitória da maioria sobre a minoria: todas as decisões são, necessariamente, unânimes.
Cuidamos para que haja sempre o diálogo, a transparência, a confiança e todos têm o direito de compartilhar suas inspirações e suas angústias, o que faz do nosso processo de eleição também uma oportunidade de autoeducação, do aprendizado mútuo e da vivência fraterna.